O fenômeno El Niño, que colocou as regiões do País sob uma onda de calor intensa, chegou ao fim, é o que diz o boletim divulgado pelo Inmet na ultima quarta-feira (12).
Caracterizado pelo aquecimento maior ou igual a 0,5°C das águas do Oceano Pacífico, o El Niño provocou ao longo de junho de 2023 a abril de 2024, uma mudança na situação de seca em todo o País.
Em comparação com eventos anteriores, o El Niño 2023/2024 foi classificado como de intensidade moderada a forte. Sua intensidade foi observado no mês de dezembro, com valor de 2°C acima da média climatológica e, embora não tenha sido o mais intenso já registrado, seus impactos foram significativos devido à sua duração e à amplitude das anomalias climáticas que causou.
Na região Nordeste ocorreram áreas com seca grave, que retrocederam a partir de março de 2024. No entanto, de março para abril de 2024, o Monitor de Secas indicou redução da gravidade de seca em diversas áreas, como sudoeste do Amazonas, noroeste e norte de Mato Grosso, áreas do interior do Maranhão, Piauí, Ceará, Pernambuco e Alagoas, e sul da Bahia.
O atual padrão observado das condições de temperatura da superfície do mar do oceano Pacífico equatorial indica valores próximos da média climatológica, o que descaracteriza o fenômeno El Niño e sinaliza condições de neutralidade. Com isso, aponta-se uma condição de neutralidade, com valores de anomalia da superfície do mar inferiores a 0,5°C.
O instituo destaca ainda a possibilidade da formação do fenômeno La Niña a partir do segundo semestre (julho-agosto-setembro de 2024), com probabilidade de 69%.
O fenômeno tem o efeito inverso do El Niño e ocorre quando há o resfriamento da faixa Equatorial Central e Centro-Leste do Oceano Pacífico.
Os dados são do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastre (Cenad).