Dos 164 estudantes da Escola Estadual de Educação Profissional (EEEP) Marta Maria Giffoni de Sousa que prestaram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2023, 129 conseguiram obter 900 pontos ou mais na redação. O expressivo montante de notas altas na prova escrita corresponde a 78% do total de matrículas de 3ª série na escola, situada no município de Acaraú. Observe-se, ainda, que 15 alunos alcançaram a marca dos 980 pontos, chegando bem perto da nota máxima (1000).
Na redação do Enem 2023, o desempenho dos alunos da EEEP Marta Giffoni foi o seguinte:
15 alunos – 980 pontos
33 alunos – 960 pontos
39 alunos – 940 pontos
30 alunos – 920 pontos
12 alunos – 900 pontos
27 alunos – entre 800 e 899 pontos
8 alunos – abaixo de 800 pontos
A professora Josiane Costa, que leciona Língua Portuguesa e Redação na escola, pontua como espaço fundamental o “REDLAB”, laboratório de redação que se propõe a fazer oficinas semanais para orientação, escrita, reescrita e devolutiva do que está sendo produzido. “É evidente que esse processo de orientação está atrelado à consolidação de muitas competências, pois algumas delas exigem uma vivência leitora bem fortalecida para a construção de repertório sociocultural, por exemplo”, esclarece.
“Outrossim, há uma integração bem edificada entre a base comum e base técnica. Esses profissionais vivenciam uma formação anual para orientação e troca de ideias sobre a matriz de correção Enem, para que de maneira unificada o trabalho de condução da escrita da redação Enem se fortaleça. Essa formação também se estende ao grupo discente e através dessa ação a aprendizagem entre pares tem contribuído, significativamente, para o resultado atual. Tal integração é essencial, pois os alunos entendem que o propósito da escola é o deles, e nisso, a formação integral acontece, uma vez que o processo exige mais do que a matriz, pois trabalha aspectos como a responsabilidade, a empatia, o foco, a autoconfiança, entre outras competências”, complementa a professora
Josiane destaca, ainda, o “apadrinhamento” para as produções textuais semanais. “Felizmente, temos um quadro de alunos que escrevem muito, exigentes com sua própria produção e atentos à sua evolução pessoal. Essa demanda despertou a logística do apadrinhamento por alguns profissionais, que se desdobram e orientam, extra produção da sala de aula, algum grupo de alunos. Esse trabalho é liderado pela gestão escolar, que se envolve de corpo e alma em todo o processo para obtenção desse resultado. E não posso deixar de ressaltar o trabalho das professoras de língua portuguesa, que de forma muito alinhada, conduzem a construção das competências em cada etapa do processo”, frisa.
“É um trabalho árduo, mas vivenciar esse resultado é motivador. Quero continuar conduzindo minha prática docente nessa perspectiva: sentindo-me bem pelo que consigo fazer na vida do outro. Espero comemorar muito e com muitos. Eu acredito na educação pública de qualidade e quero fazer parte dessa história”, finaliza Josiane.
União
Mirele Rodrigues, diretora da EEEP Marta Giffoni, considera o resultado alcançado como “o sonho de uma escola pública pautada na equidade”. O bom desempenho dos alunos, na visão da gestora, é consequência de uma proposta pedagógica construída coletivamente, além de um clima escolar favorável, em que o espírito de pertencimento à instituição é sentido tanto pelos profissionais, como pelos alunos e pais.
“Aqui, todos trabalham com o mesmo propósito. Essa sensação de dever cumprido é muito positiva. Nossos alunos estão preparados não apenas para o mundo do trabalho ou para a universidade, mas também para a vida. O nosso resultado excelente em redação – que teve como média 914,7 – é fruto de um trabalho desenvolvido a várias mãos. Os alunos não produzem sem que tenham feedback. Muitos dos nossos estudantes da 2ª série já fazem a prova como treineiros, para identificarem as dificuldades e assim poderem potencializar o aprendizado. É um conjunto de ações desenvolvidas de maneira comprometida e responsável, por toda a equipe da escola, não só pelos professores de Língua Portuguesa. Por exemplo, vemos educadores da área da Física fazendo devolutivas sobre redações. Tudo isso é muito bonito. Acredito que essa união é o diferencial”, aponta.