O Ceará fechou o ano de 2022 com queda 22% no número de unidades financiadas em relação ao ano anterior. De acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (2) pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), 12.022 imóveis foram financiados no ano passado no estado, contra 15.526 do ano anterior.
Também houve queda no valor total financiado, de R$ 3,3 bilhões em 2021 para R$ 2,9 bilhões em 2022, uma redução de 12%. Considerando a região Nordeste, o decréscimo no valor financiado foi de 5%.
Os dados também apontam queda considerando o cenário nacional, de 5% em relação ao valor financiado e de 7% em relação ao número de imóveis. Mesmo assim, foi registrado o segundo melhor resultado histórico, com uma concessão de R$ 241 bilhões de crédito e R$ 1,15 milhão de unidades financiadas.
Os números ficam atrás apenas do registrado em 2021, ano que teve resultados importantes para o setor imobiliário após a redução da taxa de juros atingir a mínima histórica de 2% ao ano.
Para 2023, a expectativa da associação é que sejam concedidos R$ 221 bilhões em crédito imobiliário, uma redução de 8% em relação a 2022, mas um resultado ainda melhor que o registrado em 2020, sendo o terceiro melhor resultado histórico.
IMÓVEIS NOVOS E USADOS
A queda no valor financiado entre 2021 e 2022 é puxada principalmente pelos imóveis usados. Considerando apenas financiamentos pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), houve queda de 28% na concessão de créditos para imóveis usados.
A concessão de crédito para novos, por outro lado, não teve variação. Para o presidente da Abecip, José Ramos Rocha Neto, essa tendência é normal.
“Desta queda, o impacto de forma negativa no usado será maior do que no novo, com base naquele racional que tem muitas entregas acontecendo em 2023, pelos indicadores de distrato, esses imóveis que estão sendo entregues deverão ser financiados”, disse.
Ele avalia que pode ocorrer uma pequena queda na concessão de crédito para imóveis novos em 2023, mas sempre menor do que a de usados. “Obvio que tendo uma retomada, deve acontecer o que aconteceu em 2019 e 2020, que os imóveis usados têm um crescimento”, pondera.
FONTES DE FINANCIAMENTO
Apesar da queda geral, houve um aumento nos financiamentos financiados pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Essas operações atingiram R$ 61,6 bilhões em crédito, uma alta de 27% entre 2021 e 2022.
O cenário é de crescimento em 2023 para essa linha de crédito, sendo esperado um financiamento de R$ 65 bilhões em 2023, alta de 5% sobre 2022.
Outro destaque de 2022 foram os financiamentos de Crédito com Garantia de Imóvel, que tiveram expansão de 21% entre 2021 e 2022. Para a Abecip, isso confirma a tendência de crescimento desta modalidade como opção que oferece juros e prazos competitivos para quem busca recursos de uso livre.
Por: Diário do Nordeste