O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou para cima sua expectativa de crescimento da economia brasileira em 2024, agora projetada em 3,7%, enquanto mantém previsão de desaceleração para 2025. Com isso, a nova estimativa supera a do governo federal, que previa 3,3% de expansão do PIB, e também a do Banco Central, que apontava crescimento de 3,5%.
A atualização do relatório “Perspectiva Econômica Global” foi divulgada nesta sexta-feira. Em comparação à previsão anterior, feita em outubro, que era de 3,0%, o novo número reflete uma revisão otimista para o desempenho econômico do país.
Para 2025, o FMI manteve a expectativa de crescimento em 2,2%, enquanto para 2026 houve uma leve redução de 0,1 ponto percentual, também situando a expansão em 2,2%.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) programou para o dia 7 de março a divulgação dos dados consolidados do PIB do quarto trimestre e do acumulado de 2024. Até o terceiro trimestre, o PIB acumulava alta de 3,3% em relação ao mesmo período do ano anterior, com crescimento trimestral de 0,9%.
A expectativa é de que a economia tenha desacelerado no quarto trimestre, refletindo os efeitos de uma política monetária mais restritiva conduzida pelo Banco Central. Mesmo com a taxa de juros Selic elevada a 12,25% ao ano no final de 2024, o mercado de trabalho aquecido e o aumento da renda continuam impulsionando a economia e gerando pressões inflacionárias.
Na quinta-feira, o BC informou que o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) teve alta de 0,1% em relação ao mês anterior, superando as expectativas de estagnação e indicando resiliência econômica.
Comparado ao México, cuja previsão de crescimento é de 1,8% em 2024 e desaceleração para 1,4% em 2025, o desempenho esperado para o Brasil pelo FMI é mais robusto.
Na América Latina e Caribe, a expansão em 2024 está projetada em 2,4%, enquanto para 2025 e 2026 as estimativas são de 2,5% e 2,7%, respectivamente. Já entre Economias de Mercados Emergentes e em Desenvolvimento, que incluem o Brasil, a previsão de crescimento para 2025 e 2026 foi ajustada para 4,3%.