O anúncio da redução de R$ 0,18 no preço da gasolina nas refinarias feito pela Petrobras irá gerar uma redução entre R$ 0,13 e R$ 0,14 no valor médio cobrado ao consumidor no Ceará ainda nesta semana.
A informação foi revelada ao O POVO, pelo assessor econômico do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado do Ceará (Sindipostos), Antônio José Costa.
O reajuste negativo por parte da Petrobras foi anunciado na manhã desta segunda-feira, 15 de agosto, e entrará em vigor já na terça-feira, 16. O impacto para o consumidor no Ceará irá ocorrer em no máximo quatro dias após a adoção do novo valor pelas distribuidoras.
“Aqueles postos com estoques mais baixos irão repassar já imediatamente, pois comprarão já com o novo valor mais baixo, quem ainda tem combustível armazenado deverá levar entre três e quatro dias para repassar nas bombas a redução”, explica Antônio.
O representante do varejo de combustíveis derivados de petróleo no Estado afirma ainda que o repasse da redução não poderá ser feito de forma integral aos motoristas em decorrência da manutenção dos valores do etanol anidro, utilizado na composição da gasolina.
“Como o álcool não teve redução, não podemos baixar tudo, mas ainda assim, é uma boa notícia para os consumidores e também para os postos que sentem um reflexo disso na movimentação de clientes”, complementa o assessor econômico.
Para os próximos meses, Antônio destaca que há uma “forte tendência de queda” no preço, já que o cenário do barril de petróleo no mercado internacional apresenta perspectivas de queda.
“Não temos como afirmar um número exato e nem de quanto isso irá ser refletido para nós, mas internamente comentamos sobre a possibilidade de novas quedas no barril, o que gera reduções nos preços do Brasil”, finaliza.
5ª REDUÇÃO EM MENOS DE UM MÊS
O primeiro reajuste negativo no preço dos combustíveis por parte da Petrobras em 2022 ocorreu no dia 19 de julho, quando a estatal passou a cobrar R$ 0,20 menos no litro da gasolina comum na venda para distribuidoras.
Redução foi anunciada em meio a derrubada do preço do barril do petróleo diante do temor de uma recessão global da economia e durante a implementação da lei que reduziu a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), gerando outro fator de redução dos preços.
A queda de preços de combustíveis tem sido um dos pilares das ações do governo Bolsonaro para tentar recuperar a popularidade em meio à corrida pelas eleições presidenciais de 2022.
Uma semana depois da primeira redução, no dia 28 de julho, a Petrobras anunciou o segundo reajuste negativo, desta vez também na gasolina, com diminuição de R$ 0,15.
No dia 5 de agosto, a Estatal implementou reajuste negativo no preço médio de venda do diesel tipo A no Brasil com redução de R$ 0,20.
Uma semana depois, no dia 11, anunciou a segunda queda no diesel, com redução de 4% no valor do combustível vendido nas refinarias, o equivalente a R$ 0,22 por litro.
Quatro dias depois, porém, dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) expressam que o diesel apresenta uma defasagem média de 5% neste mês, enquanto a gasolina encerrou a segunda-feira, 15 de agosto, com defasagem de 10%, ainda sem considerar a nova redução.
Na prática, os dados indicam que a Petrobras poderá aplicar ainda uma redução de até R$ 0,23 no diesel e de outros R$ 0,15 na gasolina, já que reduziu em R$ 0,18, abafando a defasagem de R$ 0,33 registrada na segunda, 15.
Fonte: Site O POVO