o Governo do Ceará entregou, nesta sexta-feira (3), a Medalha da Abolição 2024 para seis agraciados: a geógrafa e empresária, Ana Lúcia Bastos Mota; o jornalista e escritor, Lira Neto; o bispo emérito, dom Edmilson Cruz; o cineasta, Luiz Carlos Barreto; o ministro da Educação e ex-governador do Ceará, Camilo Santana e a Congregação Franciscana de Canindé.
Durante a entrega da maior honraria do Estado, o governador Elmano de Freitas ressaltou a importância do reconhecimento do trabalho prestado ao Estado por essas personalidades. “É um momento de muita alegria, de muita honra para nós, um momento em que podemos agradecer a pessoas tão importantes para o povo cearense, seja na área religiosa, política ou empresarial. As pessoas que estão aqui hoje, são pessoas que deram e dão muita contribuição ao povo do Ceará”, pontuou o governador.
Agraciados
Ao receber a Medalha da Abolição, a empresária Ana Lúcia Bastos Mota, citada pelo governador como exemplo de “ética e liderança feminina”, compartilhou o momento especial com sua família e seus colaboradores. “Eu fiquei muito feliz, não só eu, como meus filhos e colaboradores, pois somos uma equipe, que nós trabalhamos juntos. Então, é uma honra muito grande sermos reconhecidos. É um sinal de que fazemos a diferença e está sendo reconhecida pelo povo cearense”, comemorou.
Emocionado, o jornalista e escritor Lira Neto dedicou a comenda a sua mãe, falecida há pouco tempo. “Quero dedicar essa medalha a Dona Darci, que não está mais aqui, mas tenho certeza que tá muito orgulhosa desse filho dela”, destacou. Apesar de morar fora do Estado há décadas, Lira considerou essa a mais importante comenda já recebida por ele. “Já estou há 25 anos, mais ou menos, fora do Ceará, mas como eu sempre digo, eu saí do Ceará, mas o Ceará nunca saiu de mim. Então, para mim é uma honra, um privilégio receber esta principal comenda da minha terra, da minha gente, do meu povo”, complementou.
Para a Congregação Franciscana de Canindé, a comenda foi entregue por todos os serviços prestados ao longo dos últimos 100 anos, tanto à população cearense de Canindé, quanto aos romeiros de todos país, em especial do Nordeste. Representando a instituição, o Frei Rogério Lopes, provincial Província Franciscana de Santo Antônio do Brasil ressaltou o sentimento de felicidade pela homenagem.
“Recebemos este reconhecimento com um coração repleto de alegria e, ao mesmo tempo, de esperança. Canidé cresceu, juntamente com a rede [franciscana], podemos dizer, rede de acolhida aos Romeiros. Estrutura, mas, principalmente, tendo como o fundamento maior, o acolhimento. A colher e acolher bem a todos aqueles que batem a nossa porta. Então essa medalha também é do povo canindeense”, pontuou o Frei.
No auge de seus 99 anos, o bispo emérito de Limoeiro do Norte, dom Edmilson Cruz, exemplo de sacerdócio guiado pela fé e justiça social, agradeceu a homenagem. “Quando eu era seminarista, eu tirei uma conclusão que parece negativa, mas se for olhar com mais profundidade é o contrário. A conclusão é que eu sou um homem que não tenho nenhum mérito”, contou. “Mas eu agradeço ao Governo do Estado por reconhecer meus momentos, os momentos que passei durante esses anos. Que Deus proteja todos que estão aqui, e dê uma grande paz a cada um”, completou.
O ministro da Educação e ex-governador do Ceará, Camilo Santana, também recebeu a comenda nesta edição, e fez questão de compartilha-la com o povo cearense, que ele chamou de “sempre generoso” com ele. “Hoje é um dia que quero só agradecer. Agradecer ao povo cearense, e divido essa homenagem com esse povo que foi tão generoso comigo em todo esse período em que me deram a oportunidade de ser deputado, governador e senador”, externou o ministro.
Camilo ainda enfatizou que a honraria aumenta a responsabilidade de trabalhar cada vez mais pelo Ceará. “É uma honra receber essa homenagem e, ao mesmo tempo, aumenta a nossa responsabilidade de continuar trabalhar pelo meu Estado, e agora, com essa função de ajudar o presidente Lula, trabalhar mais ainda pelo nosso país”, concluiu Camilo.
Com problemas de saúde, o cineasta Luiz Carlos Barreto não pôde comparecer à cerimonia e foi representado pelo sobrinho, Miguel Borges. Em março deste ano, Barreto foi homenageado, também pelo Governo do Ceará, pelos serviços prestados ao audiovisual. Na oportunidade, o cineasta foi informado que seria homenageado com a Medalha da Abolição, e atribuiu seu legado à sua origem sertaneja. “Se tudo isso aconteceu verdadeiramente, eu só devo atribuir a uma coisa: ao meu espírito cearense, sobralense e nordestino. Nós somos, antes de tudo, sobreviventes dessa desigualdade social que até hoje reina no Brasil”.