O Governo do Ceará lançou, nesta segunda-feira (5), por meio da Secretaria do Trabalho e em parceria com o Instituto Centro de Ensino Tecnológico (Centec), o Projeto Qualificar+. A cerimônia de lançamento teve a presença da vice-governadora e secretária das Mulheres, Jade Romero; do secretário do Trabalho, Vladyson Viana; do presidente do Centec, Acrísio Sena; da secretária da Igualdade Racial, Zelma Madeira; e outras autoridades.
Com um investimento de R$ 21,3 milhões e previsão de 800 turmas até abril de 2025, o Qualificar+ oferece cursos em quatro áreas: Indústria 4.0; Tecnologias Emergentes; Agroecologia, Agroindústria e Produção Industrial; e Hospitalidade. O projeto atenderá as 14 regiões do estado, com a expectativa de alcançar 16 mil cursistas até abril de 2025.
Representando o governador Elmano de Freitas, a vice-governadora Jade Romero destacou o compromisso do Governo do Ceará em criar oportunidades. “Esses cursos fazem muita diferença na hora de colocação no mercado de trabalho, porque a formação profissional é fundamental. Então esse investimento é muito importante para a população, é muito importante dar essa oportunidade. A gente vê como uma missão dar essa oportunidade, em especial àquelas famílias com situação de vulnerabilidade social”, pontuou. “São cursos ofertados nas mais diversas áreas, e com o objetivo de colocar o cearense no mercado de trabalho e elevar o salário médio da nossa população”, complementou.
Para otimizar a oferta dos cursos, o secretário do Trabalho, Vladyson Viana explicou que foi realizada uma análise das demandas do mercado de trabalho. “Nosso intuito com esse projeto é qualificar os trabalhadores cearenses a partir de uma demanda de mercado. Nós fizemos levantamento de onde existiam aquelas ocupações que tinham maior necessidade de ter profissionais, de preparar melhor esses trabalhadores, e por isso nós estamos ofertando [cursos] em todo o território cearense”, compartilhou. “Prepararemos os trabalhadores cearenses para ocupar essas oportunidades que surgem mês a mês no Ceará”, completou.
No eixo de Agroecologia, surgiu a demanda para a comunidade indígena Tapeba, em Caucaia, que está recebendo o curso de Operador de Processamento de Frutas e Hortaliças. Francisco Cláudio, conhecido como Cajá, destacou a importância do programa. “É muito importante porque estamos capacitando jovens e veteranos na nossa comunidade. Todos estamos aprendendo a fazer algo novo, que vai servir tanto para o nosso dia a dia como para a gente como empreendedor, se assim quiser”.
Com essa política de trabalho, o Ceará alcançou, nos primeiros seis meses de 2024, a marca de 31,5 mil postos de trabalho gerados, posicionando-se como o 10º maior gerador de empregos do País e o segundo do Nordeste, atrás apenas da Bahia (54.435).
Proximidade com a população
Para descentralizar oportunidades e facilitar o deslocamento da população, especialmente a mais vulnerável, os cursos estão sendo oferecidos em associações, sindicatos, cooperativas, organizações sociais, espaços religiosos, escolas públicas e privadas, e nas instalações do Centec, como CVTs, CVTECs e Fatecs.
O presidente do Centec, Acrísio Sena, destacou a importância dessas parcerias. “A gente territorializou os cursos e jogou para cada comunidade apresentar as suas demandas, definidos apenas os eixos. São cursos de formação inicial, que vai até 160h, com uma variedade de mais de 100 cursos”, explicou. “Para alcançar mais pessoas, nós temos investido em diálogo com associações, organizações não governamentais, para fazer esse estímulo do território, porque as realidades são distintas, isso envolve até a mobilidade dos alunos para se deslocar. Com essa forma de trabalho, impacta até na evasão do curso”, completou.
Entre os grupos prioritários para os cursos estão os beneficiários do Ceará Sem Fome. Dentro do Projeto Qualificar+ para esse público foram criados 110 Cursos de Padaria Artesanal com carga horária de 20 horas.
Serão abertas turmas para os cursos de Bartender (10 turmas), Turismo (10 turmas), Espanhol para Turismo (10 turmas), Agente de Recepção e Reservas em Meio à Hospedagem (15 turmas), Auxiliar de Padaria (15 turmas), Auxiliar de Confeitaria (15 turmas) e Auxiliar de Cozinha (15 turmas), totalizando 257 turmas até o próximo ano.
Além do Ceará Sem Fome, o projeto visa atender grupos vulneráveis e historicamente marginalizados, como mulheres, negros, indígenas, quilombolas e pessoas com deficiência.
Sentir-se atendido
Dona Leni, indígena da etnia Tapeba, celebrou a chegada do curso no eixo de Agroecologia para a comunidade. Segundo ela, o sentimento é de “ser atendido”. “Esse curso é um aproveitamento e tanto para nós, como indígena. Antigamente a gente não sabia o que era um curso desse, não chegava até a gente, agora sabemos porque nossa demanda foi atendida. É muito bom a gente aprender para repassar pros nossos jovens, impactar na vida de tantos”, compartilhou. “Mesmo nós indígenas ainda temos muito a aprender e a compartilhar com nossos professores. Então é uma experiência maravilhosa”, concluiu.