Com a PEC dos Precatórios travada no Congresso, o governo Jair Bolsonaro vai pagar o Auxílio Brasil, programa social que substitui o Bolsa Família, em 17 de novembro, sem as parcelas extras para atingir o valor mínimo de R$ 400.
A CNN apurou que o Ministério da Cidadania, sob o comando de João Roma, fechou a folha de pagamentos do próximo mês com a previsão de atender 17 milhões de famílias. O tíquete médio a ser pago será de R$ 220 — já considerando os 17,8% de reajuste pela inflação do valor médio de R$ 189 do Bolsa Família. O pagamento da folha de novembro está garantido graças a um saldo de R$ 9,3 bilhões do Orçamento do Bolsa Família, remanejado no início da semana para o Auxílio Brasil.
Como os valores do programa social permanente são variáveis, na prática, algumas famílias receberão menos de R$ 100 em novembro. E é justamente por isso que o governo trabalha para conseguir recursos extras e garantir um benefício maior, com parcelas temporárias.
“O governo está determinado em assistir os mais necessitados”, disse o ministro João Roma à CNN.
Nos bastidores, auxiliares de Bolsonaro temem o impacto negativo da próxima rodada de pagamentos. Com o auxílio emergencial, os beneficiários do Bolsa Família passaram a receber tíquetes maiores, que variavam de R$ 150 a R$ 375 nos últimos meses.
Integrantes do governo também levam em conta o fato de que, em novembro, menos pessoas serão beneficiadas. O auxílio emergencial estava atendendo 35 milhões de pessoas.
A ideia do governo é a de que, assim que for decidida a fonte de recursos para as parcelas temporárias, os beneficiários recebam em dezembro o valor mínimo de R$ 400 mais o retroativo referente à diferença do montante extra.