O grupo de Contingência Estadual – colegiado interinstitucional que monitora a situação hídrica dos municípios cearenses e adota medidas para mitigar os efeitos da estiagem – se reuniu, nesta quarta-feira (11), para reunião especial com foco nos altos índices de calor e nos incêndios florestais que atingem o Ceará.
Segundo o secretário Artur Bruno, a reunião tem o objetivo de reunir os principais órgãos estaduais e federais ligados à proteção ambiental e segurança hídrica para buscar ações de prevenções no combate aos incêndios. “A reunião foi elaborada através do diagnóstico da Funceme, que identificou ondas de calor no Estado e um possível El Niño para o próximo ano. Então, precisamos unir nossas forças e já garantir ações que reduzam os dados para a população e para as florestas. O grupo vai elaborar medidas emergências e um plano para conter esses desastres no futuro próximo”.
O coronel Haroldo Gondim, coordenador Estadual da Defesa Civil, apresentou a atual situação estrutural dos municípios para o combate aos incêndios. “Precisamos montar um sistema informatizado de integração entre os municípios e instituições do Ceará e um Plano de Contingência e Brigada de Incêndio alinhado com os municípios, e vamos poder contar com os cientistas chefes da UFC, através da Funcap, para fazer essa automatização, o que seria um grande avanço para o Ceará”.
Para o coronel Barreto, comandante-geral do Corpo de Bombeiros, é uma grande preocupação as altas demandas dos municípios nesse período crítico de calor. “Nós já capacitamos mais de duas mil pessoas, voluntariamente, da zona rural, para saber o que fazer quando acontecer incidentes. Precisamos da mobilização de mais municípios para realizar essa capacitação e nos ajudar”.
Focos de Calor
O pesquisador da Funceme, Franckie Balman, explanou os dados da onda de calor que atinge o Ceará. “O calor de setembro de 2023 só perde para setembro de 2001, e os dados deste ano nos acendeu um alerta. Historicamente, setembro, outubro e novembro são os meses mais quentes do ano. E o Ceará teve dois anos de boas chuvas, o que consequentemente aumenta a vegetação, então podemos fazer a ligação dos altos índices de focos de incêndio com o aumento da vegetação pela boa quadra chuvosa e com os altos níveis de calor de do mês de setembro”.