Jovens de 12 a 17 anos são convocados para participar de um estudo para ajudar no desenvolvimento de uma vacina contra a chikungunya, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. As inscrições começaram na última segunda (8).
O estudo é realizado pelo Instituto Butantan, de São Paulo. Em março deste ano, a instituição anunciou resultados feitos em testes com voluntários.
Os interessados em participar do estudo podem entrar em contato com os pesquisadores pelo telefone 3416 7967 e pelo WhatsApp 99398 3026.
A vacina foi desenvolvida pela Valneva, indústria farmacêutica da Áustria. Ela utiliza vírus enfraquecidos. Logo que é aplicada, induz o organismo a produzir anticorpos, mas sem provocar a doença.
No Recife, esse estudo é coordenado pelo Instituto Autoimune, que está recrutando os voluntários. Todos os inscritos vão passar por uma triagem antes dos testes.
Poderão participar dos testes jovens que não têm doenças pré-existentes, as comorbidades. Os voluntários podem fazer parte de grupos distintos: aqueles que já tiveram a doença ou os que nunca contraíram chukungunya.
Não podem participar grávidas, mães que estão amamentando ou quem tem histórico de alergias ou artrite.
Os pesquisadores explicam que dois terços dos adolescentes vão receber a vacina. Um terço deles tomará placebo, uma substância que não tem efeito.
Ao final do estudo, todos aqueles voluntários que tomaram placebo serão vacinados com a vacina da chikungunya.
Ao todo, 750 voluntários serão acompanhados durante um ano pelos pesquisadores, em todo o Brasil. Dez centros de pesquisas no país vão testar a vacina pra que ela seja submetida à aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A expectativa é que o efeito da vacina dure cerca de dez anos. Depois de aprovada, ela será fabricada pelo Butantan.
Segundo Carlos Brito, um dos responsáveis pelo estudo em Pernambuco, há relatos de mortes em todo mundo provocadas pela chikungunya.
A doença pode atingir pulmão e coração, além de apresentar problemas neurológicos e sequelas permanentes. “É uma doença extremamente grave. Por isso, é importante desenvolver uma vacina”, afirmou.
Um dos coordenadores da pesquisa no estado, Rafael Dhalia ressaltou a chance de “trazer uma vacina inédita para o Brasil”.
“Essa é a única vacina no mundo na fase três. É uma oportunidade única de a gente acabar com a cnikungunya”, declarou.
A vacina foi testada em mais de quatro mil adultos voluntários nos Estados Unidos. Segundo os pesquisadores, 96% dos vacinados produziram anticorpos contra o vírus. Nos EUA, a doença não é endêmica, como no Brasil, onde o vírus circula desde 2014.
Fonte: G1