A campanha Julho Amarelo orienta sobre a prevenção, o diagnóstico e o tratamento das hepatites virais, uma inflamação do fígado, neste caso causada por vírus, mas que também decorre do uso de medicamentos, álcool e outras drogas, bem como por doenças autoimunes.
A detecção da doença pode ser realizada por teste rápido, disponível nas Unidades Básicas de Saúde e também no Centro Municipal de Infectologia do Crato. E, nesta sexta-feira, 28 de julho, também serão realizados durante a ação na Praça Siqueira Campos, no centro da cidade, das 8h às 11h30. Será realizada testagem rápida para hepatite B e C.
Doença silenciosa
As hepatites virais são consideradas doenças traiçoeiras, uma vez que não apresentam sintomas em sua fase inicial e podem evoluir silenciosamente durante décadas para cirrose ou até mesmo câncer.
Causadas por vírus, as hepatites virais são classificadas em cinco tipos: A, B, C, D e E. De acordo com a Sesa Ceará, de janeiro de 2013 a junho de 2022, foram notificados 4.095 casos de hepatites virais no Ceará. Destes, o tipo que apresenta maior incidência no estado é a hepatite C, com 1.864 casos (45,5%), seguido pela hepatite B, com 1.520 (37,1%), e pela hepatite A, com 711 (17,4%).
“É importante ressaltar que o tratamento é ofertado gratuitamente. Em 2023, seis pacientes foram curados para em hepatite C, em Crato, e três pacientes foram curados para hepatite B. Atualmente, temos apenas dois pacientes em tratamento para hepatite B e nenhum para tipo C”, comenta a enfermeira Patrícia Mendes, coordenadora do centro.
Transmissão
A transmissão das hepatites B, C e D é a mesma do vírus do HIV: relações sexuais sem preservativo, transmissão materno-fetal (durante gestação, parto ou amamentação); e no compartilhamento de materiais de higiene pessoa ou objetivos que possam ter tido contato com sangue. No caso da hepatite C, a principal forma de contágio é pelo sangue (não é transmitida pelo leite materno, comida, água ou contato casual). Já a propagação das hepatites B e D pode acontecer, principalmente, pelo sexo ou de mãe para filho.
Os tipos A e E, por sua vez, são transmitidos por meio de água e alimentos contaminados.
Vacinação
O Ministério da Saúde (MS), por meio do Programa Nacional de Imunização (PNI), oferta vacinas contra as hepatites A e B no Calendário Nacional de Vacinação.
De acordo com o MS, a vacina contra a hepatite B é aplicada em quatro doses. Uma ao nascer e mais três doses aos 2, 4 e 6 meses de idade (pentavalente). Já a vacina monovalente pode ser aplicada em crianças mais velhas, adolescentes e adultos.
Em gestantes, a monovalente pode ser utilizada em qualquer momento, indicada para qualquer faixa etária ou idade gestacional. O imunobiológico pode ser administrado simultaneamente com outras vacinas, independentemente de qualquer intervalo.
O imunobiológico contra a hepatite B protege também contra infecção pelo vírus da hepatite D, uma vez que esse vírus só se encontra em pessoas infectadas pelo vírus da hepatite B.
A vacina contra a hepatite A deve ser administrada em dose única apenas para crianças, aos 15 meses de idade, podendo ser aplicada também em crianças de até cinco anos incompletos. Altamente eficaz, ela praticamente não causa reações adversas.
Em pessoas imunodeprimidas, recomenda-se aplicar doses mais elevadas em maior número de vezes que os esquemas habituais, inclusive nos HIV-positivos, porque nesses indivíduos a resposta imunológica é menor.
Os imunobiológicos estão disponíveis nas salas de vacinas nas Unidades Básicas de Saúde do município, aplicadas gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde.
Prevenção
De acordo com os estudos clínicos, ações simples garantem proteção contra as hepatites virais. São elas:
– Lavar sempre as mãos;
– Consumir água tratada;
– Evitar contato com esgoto aberto
– Cozinhar devidamente os alimentos
– Usar preservativo nas relações sexuais
– Não compartilhar objetos de uso pessoal, como lâminas de barbear, alicates de unha e escovas de dente;
– Não compartilhar objetos que possam ter tido contato com sangue, como seringas e agulhas.