Larissa Pimenta venceu a campeã mundial Odette Giuffrida, da Itália, na disputa de bronze do 52kg, garantindo a segunda medalha do Brasil na competição. “Foi um dia muito especial. Desde a primeira luta já sentia que estava diferente. Não entendia como, nem por que, mas me sentia assim. Durante a preparação, minha melhor estratégia foi viver um dia de cada vez e, desde a primeira luta, não pensava em nada e só dizia para mim mesma que merecia. Consegui. Ainda não acredito, mas consegui”, disse Larissa.
Larissa estreou com vitória por ippon ao finalizar Djamila Silva, de Cabo Verde, com uma chave de braço. Nas oitavas, superou a britânica Chelsea Giles com uma projeção que valeu um waza-ari no golden score. Nessa fase, Larissa encarou a heroína local, Amandine Buchard, da França, e foi surpreendida por uma imobilização no golden score. Na repescagem, Larissa enfrentou a alemã Mascha Ballhauss.
No retrospecto do ano, Larissa levava a pior, com duas derrotas. Mas, em Paris, a vitória veio na hora certa. Pimenta buscou uma projeção, derrubou a alemã e a finalizou com estrangulamento. Na disputa de bronze, Larissa pegou outra adversária contra quem o retrospecto não ajudava, a atual campeã mundial e duas vezes medalhista olímpica Odette Giufrida, da Itália. A luta seguiu até o golden score, com as duas empatadas em duas punições, até a italiana ser punida pela terceira vez por falta de combatividade.
Ao perceber que tinha conquistado o bronze, Larissa se emocionou e não conseguia sair do tatame. Foi inclusive abraçada pela adversária, que reconheceu a conquista e protagonizou uma das imagens de fair play do dia. “Eu não entendi a situação, simplesmente agachei e chorei. Não sabia se era verdade. Acho que faltou oxigênio na cabeça e comecei a ver tudo branco (risos). Mas sentia no coração que merecia”, definiu a atleta, que teve o nome publicado em dez editais do Bolsa Atleta ao longo de sua carreira.
Com as duas medalhas, a tradição do Brasil nos tatames olímpicos está mantida. Nenhum outro esporte brasileiro subiu tanto ao pódio quanto o judô. Com as duas conquistas deste domingo, são 26: quatro ouros, quatro pratas e 18 bronzes. O país só não conquistou medalhas em três edições olímpicas: Tóquio 1964, Cidade do México 1968 e Moscou 1980. O judô é a modalidade que mais medalhas conquistou para o Brasil em Olimpíadas.