Um novo edital para recenseador do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) está aberto, e oferta cinco vagas no Ceará, nos municípios de Aracoiaba, Jaguaretama, Milhã, Pedra Branca e Russas. Ao todo, 733 trabalhadores já desistiram do cargo até essa quarta-feira (14).
O novo edital não tem cobrança de taxa de inscrição e prova, os candidatos vão ser analisados por análise curricular. As inscrições seguem até a próxima sexta-feira (16). O resultado será divulgado próximo dia 28 de setembro.
Cássia Alencar, coordenadora de Divulgação do Censo 2022 no Ceará, explica que a inscrição é presencial; o candidato preenche o formulário que está no edital e leva até o posto de inscrição cujo endereço também consta no documento. Posteriormente, ele deve comprovar as titulações informadas.
Já sobre as desistências, Cássia comenta o processo de reposição. “No primeiro edital, quando foi feito a convocação, já teve um cadastro de reserva. Então, esse pessoal já foi chamado também. Então, embora já tenha havido esses 733 desistentes, mas já houve uma cobertura dos outros que haviam passado no primeiro edital, no segundo edital e que haviam ficado como cadastro de reserva. Esses já foram colocados no lugar desses desistentes”, disse.
Dificuldades no expediente
Recenseadores de Fortaleza enfrentam dificuldades na coleta de dados do Censo Demográfico 2022 devido à desconfiança e falta de informações de moradores, que chegam a recusar o recebimento dos profissionais nos domicílios. (Veja abaixo como identificar um recenseador.)
O Censo Demográfico é organizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No Ceará, 7.348 recenseadores foram treinados para a realização do trabalho, deste, 2.269 atuam na capital cearense.
Em entrevista ao g1 nesta quarta-feira (24), recenseadores que terão a identidade preservada relataram os problemas enfrentados para a aplicação dos questionários nas áreas de atuação.
Barrados em condomínios e casas
Segundo um recenseador, mesmo portando colete e crachá com a identidade visual do IBGE, ele foi barrado em, pelo menos, dois condomínios e só conseguiu entrar nos locais com o auxílio do coordenador da equipe, que notificou o imóvel para a realização da pesquisa.
“Os condomínios não abrem para a gente. A gente se identifica, mas os síndicos não deixam entrar para aplicar os questionários”, falou o homem.
Outra profissional afirmou que os transtornos são causados pela falta de informação das pessoas em relação à pesquisa.
“Tem pessoas que não sabem nem o que é IBGE e nem para que serve o Censo”, falou a mulher.
Já outro recenseador relatou que além de ser barrado, já chegou a ser ofendido por moradores de residências.
“Tive umas três recusas. Teve um senhor que disse que não era obrigado e por isso não iria atender. Outra senhora ficou gritando que não iria responder ao questionário, pois não era obrigada”, disse o homem.
O profissional ainda cita a questão da falta de segurança para realizar as pesquisas.
“Fui em um condomínio que o próprio morador falou que eu era corajoso por estar naquele local”, relatou.
Como identificar os recenseadores
Conforme a instituição, os entrevistadores sempre estão identificados pro crachá, com nome e matrícula. A identidade dos profissionais podem ser verificadas por meio da Central de Atendimento do IBGE ou de um formulário no site.
Em algumas localidades, os entrevistadores poderão usar colete e crachá com a identidade visual do IBGE. Caso haja falta de informação, o público pode solicitá-la ao entrevistador.
Fonte: G1