O Ministro da Educação, Camilo Santana, e a ministra da Saúde, Nísia Trindade, detalharam o novo edital para a obtenção de autorização de funcionamento de cursos de Medicina no país durante coletiva de imprensa, nesta quarta-feira (4). A previsão é que o edital seja publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira, 4 de outubro, em edição extra.
O Ceará será contemplado com 10 novos cursos, pelo Governo Federal, que devem atender a cerca de 97 municípios e ofertar 600 novas vagas no estado. O edital prevê, no máximo, 95 novos cursos com 60 vagas cada, que poderão ser instalados no conjunto de municípios pré-selecionados, com a condição de haver apenas um curso por região de saúde. Isso considera a desconcentração e o impacto da abertura de curso de medicina na infraestrutura preexistente. No total, o edital tem potencial para abertura de 5.700 vagas em todo o país.
Para o estabelecimento do número de cursos de medicina a serem abertos, optou-se pela média de médicos por mil habitantes, verificada em 2022 para países-membros da OCDE como um indicador a ser almejado pelo Brasil para os próximos dez anos. Considerou-se, nessa progressão, dados demográficos do país e o ritmo de expansão da formação médica nacional.
Uma inovação do edital é a disputa orientada por incentivos à desconcentração da formação médica, privilegiando cursos inclusivos e que favoreçam a fixação dos formandos em áreas mais carentes de médicos. Outros incentivos são para as instituições de ensino superior que atenderem critérios específicos, relacionados à qualidade da formação médica, ao fortalecimento da rede do SUS e à implantação de residência médica. Com o índice de desconcentração, as propostas direcionadas a municípios onde há menor concentração de médicos serão mais bonificadas, por meio de um índice de desconcentração.
Já a bonificação por ineditismo estabelece um valor fixo a ser somado à nota atribuída à proposta que prevê a instalação de curso em município onde ainda não existe curso de Medicina autorizado. Para a construção desses dois mecanismos (índice de desconcentração e bonificação por ineditismo), o MEC e o MS contaram com a colaboração técnica do Ministério do Planejamento, por meio de sua Secretaria de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas e Assuntos Econômicos; e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
As mantenedoras de instituições de ensino superior poderão participar do edital com até duas propostas, sendo uma por unidade da Federação (UF). Essa exigência é elemento adicional para a desconcentração das propostas pelo território nacional. Instituições de ensino superior credenciadas há mais de 20 anos estão dispensadas da comprovação de capacidade econômico-financeira.
Para participação na seleção pública, o edital também estabelece que a mantenedora não possua penalidade de caráter institucional aplicada nos últimos três anos a qualquer uma de suas instituições, tendo como referência a data de publicação do certame. Também não pode ter penalidade aplicada ao curso de Medicina de alguma de suas mantidas nos últimos seis anos.
Distribuição de cursos e vagas por unidade da Federação
UF |
Regiões de Saúde |
Municípios |
Cursos |
Vagas |
AL |
3 |
32 |
2 |
120 |
AM |
2 |
17 |
2 |
120 |
AP |
1 |
7 |
1 |
60 |
BA |
16 |
257 |
15 |
900 |
CE |
10 |
97 |
10 |
600 |
ES |
1 |
29 |
1 |
60 |
GO |
2 |
43 |
2 |
120 |
MA |
9 |
109 |
9 |
540 |
MG |
7 |
82 |
2 |
120 |
MS |
1 |
33 |
1 |
60 |
MT |
1 |
19 |
1 |
60 |
PA |
11 |
126 |
11 |
660 |
PB |
1 |
18 |
1 |
60 |
PE |
7 |
120 |
7 |
420 |
PI |
3 |
96 |
3 |
180 |
PR |
7 |
143 |
4 |
240 |
RJ |
2 |
16 |
1 |
60 |
RN |
2 |
62 |
2 |
120 |
RO |
1 |
9 |
1 |
60 |
RR |
1 |
9 |
1 |
60 |
RS |
11 |
186 |
4 |
240 |
SC |
3 |
64 |
1 |
60 |
SP |
14 |
145 |
13 |
780 |