Uma pesquisa realizada pela Catho, marketplace de tecnologia, mostra a discrepância salarial entre os estados brasileiros. O Ceará, por exemplo, tem média salarial de R$ 1.411,09, abaixo do resultado brasileiro que é de R$ 1.667,64. Com isso, o estado ficou em 17º no ranking.
A 63ª edição da Pesquisa Salarial aponta ainda que São Paulo é o estado com a maior média do País, de R$ 1.926,78. A região Sudeste, inclusive, é a que oferece maior remuneração para os profissionais brasileiros.
Por sua vez, o Nordeste tem a menor remuneração com três estados ocupando as últimas colocações: Rio Grande do Norte (R$1.292,72), Sergipe (1.286,20) e Paraíba (1.282,66).
O levantamento foi realizado com base em dados coletados de mais de 2 milhões de profissionais e vagas de mais de 25 mil empresas em 4.063 cidades de todo país.
Veja o ranking completo
- São Paulo: R$ 1.926,78
- Rio de Janeiro: R$ 1.756,71
- Distrito Federal: R$ 1.731,48
- Paraná: R$ 1.631,66
- Santa Catarina: R$ 1.624,48
- Rio Grande do Sul: R$ 1.572,50
- Minas Gerais: R$ 1.542,37
- Amazonas: R$ 1.520,77
- Pará: R$ 1.512,54
- Mato Grosso: R$ 1.509,39
- Espírito Santo: R$ 1.503,64
- Bahia: R$ 1.488,07
- Mato Grosso do Sul: R$ 1.453,34
- Maranhão: R$ 1.450,18
- Goiás: R$ 1.435,83
- Pernambuco: R$ 1.427,47
- Ceará: R$ 1.411,09
- Tocantins: R$ 1.398,36
- Roraima: R$ 1.387,14
- Rondônia: R$ 1.372,15
- Amapá: R$ 1.336,09
- Acre: R$ 1.325,18
- Alagoas: R$ 1.304,66
- Piauí: R$ 1.303,50
- Rio Grande do Norte: R$ 1.292,72
- Sergipe: R$ 1.286,20
- Paraíba: 1.282,66
Desigualdade social
O economista e professor da Universidade Federal do Ceará, Érico Marques, explica que a discrepância entre as regiões é algo histórico, já que o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil é concentrado na região Sudeste. “Consequentemente, quando uma região é mais rica, a tendência é que os salários sejam maiores. Ao longo das últimas décadas o Sudeste é a região com o maior PIB”.
Porém, de acordo com o economista, é preciso olhar para além da média salarial e analisar também o poder de compra nos estados. O custo de vida no Nordeste, por exemplo, é menor que no Sudeste com relação a serviços como imóveis, escola, alimentação. No caso de produtos manufaturados o Sudeste apresenta preços mais baratos.
“O problema maior do Nordeste não é a média salarial, é a questão da desigualdade e a concentração de renda. Quando vamos para o interior dos estados, temos uma excessiva pobreza, ao contrário de estados como São Paulo, onde as cidades são mais desenvolvidas e com melhor qualidade de vida. A gente tem melhorado com os investimentos, mas ainda temos muito a crescer principalmente no interior do estado”.
Via: Diário do Nordeste