A Netflix divulgou nesta terça-feira (19) que perdeu 970 mil assinantes entre abril e junho, evitando o pior cenário projetado pela companhia, mas divulgando uma previsão abaixo das expectativas de Wall Street para o atual trimestre.
A companhia prevê ganho de 1 milhão de assinantes no terceiro trimestre, o que fez suas ações dispararem no pregão estendido. Os papéis, que acumulam queda de 67% neste ano diante das preocupações sobre o crescimento da empresa, subiam 7% após a divulgação do balanço.
Analistas de Wall Street, em média, esperavam uma previsão de 1,84 milhão de novos assinantes, segundo dados da Refinitiv.
A companhia planeja lançar um plano de assinatura com anúncios no próximo ano e alertou que a valorização do dólar também está atingindo a receita obtida fora dos Estados Unidos.
A Netflix tinha avisado em abril que esperava perder 2 milhões de assinantes no segundo trimestre, chocando investidores e criando dúvidas sobre suas perspectivas de crescimento no longo prazo.
Em carta para os acionistas, a companhia afirmou que examinou a queda nas assinaturas e concluiu que o movimento foi atribuído a fatores como compartilhamento de senhas, competição e crise econômica.
A Netflix continua sendo o maior serviço de streaming de vídeo do mundo, com quase 221 milhões de assinantes.
Na segunda-feira (18), a companhia anunciou que vai cobrar um adicional de usuários em cinco países latino-americanos —Argentina, República Dominicana, Honduras, El Salvador e Guatemala— que acessarem suas contas em mais de uma residência. Procurada no Brasil, a Netflix afirmou apenas que o país “não está incluído entre os países em que a regra [de moradia extra] será adotada”.
Em abril, a companhia afirmou que estava trabalhando para reduzir os cancelamentos em parte por meio de ações para coibir o compartilhamento de senhas por várias pessoas e também anunciando o lançamento de uma versão mais barata do serviço apoiada por publicidade.
No segundo trimestre, a Netflix teve lucro por ação de US$ 3,20. A receita cresceu 9%, apesar da valorização do dólar. Sem considerar o efeito cambial, o faturamento teria crescido 13%, informou a empresa.
Fonte: Folha de São Paulo