Uma operação da Polícia Federal contra uma organização criminosa especializada no tráfico internacional de drogas cumpre mandados de prisão e de busca e apreensão no Ceará e outros seis estados nesta quarta-feira (13). Dois mandados de prisão e dois de busca e apreensão foram cumpridos em Fortaleza.
A organização é especializada em tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro que atuava em portos das regiões Nordeste e Sudeste, principalmente, em Natal, Salvador e Baixada Santista.
Ao todo, são cumpridos na Operação Maritimum 46 mandados de prisão preventiva e 90 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 2ª Vara Criminal da Justiça Federal (RN).
As ações ocorrem no Rio Grande do Norte, São Paulo, Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro, Ceará e Pará. Não há informações sobre a quantidade e em quais cidades cearenses os mandados são cumpridos.
‘Contaminação’ de contêineres
Conforme a PF, durante as investigações iniciadas no final de 2021 foi identificado um grupo logístico responsável pelo transporte e armazenamento da droga oriunda da fronteira do Brasil com os países produtores e, em seguida, realizada a “contaminação” de contêineres, ou seja, introduziam entorpecentes nas cargas de frutas e outras mercadorias que teriam como destino os portos da Europa.
Durante o transcorrer do inquérito foram realizadas apreensões de drogas nos Portos de Santos (SP), Salvador (BA), Natal (RN), Fortaleza (CE) e Barcarena (PA), além da interceptação de cargas nos países europeus de destino (Bélgica, França e Países Baixos), totalizando cerca de 8 toneladas de cocaína apreendidas durante o curso da investigação.
A polícia também identificou que três dos maiores traficantes em atividade no Brasil eram os destinatários dessa droga no exterior, um deles preso recentemente na Hungria.
Além dos integrantes do núcleo operacional da quadrilha, diversas pessoas físicas e empresas foram utilizadas para lavar o dinheiro do crime, ocultando a origem dos valores ilícitos por meio de uma rede estruturada de tráfico internacional de drogas por intermédio da exportação de mercadorias.
Nesse ponto, conforme a PF, foi deferido o bloqueio do valor de R$ 169,6 milhões nas contas bancárias dos investigados.
Os presos nesta operação estão sendo encaminhados para as sedes da Polícia Federal no Rio Grande do Norte, São Paulo, Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro, Ceará e Pará, e responderão na medida das suas participações, pelos crimes de integrar organização.
O nome da Operação “Maritimum” é uma alusão a forma de operar da organização criminosa que utilizava o transporte marítimo para exportar a cocaína aos portos europeus.