Entre a tarde dessa quarta-feira (23) e a manhã desta quinta-feira (24), o Ceará recebeu mais dois lotes de vacinas para dar sequência à imunização dos cearenses contra a covid-19. O lote de quarta, com 180.500 doses de Astrazeneca, será utilizado como reforço na vacinação da população adulta. Já a carga desta quinta contém 191.800 doses da Janssen para a aplicação de segunda dose (D2) em adultos que já receberam a primeira dose (D1) do imunizante.
É aguardada a chegada de mais um carregamento, no início da tarde de sexta-feira (25), com 441.600 doses da CoronaVac que serão utilizadas como D1 e D2 para crianças de 6 a 11 anos. “Amanhã está prevista, ainda, a chegada de 441.600 doses de CoronaVac, para imunização das crianças a partir de 6 anos. Não temos medido esforços para vacinar nossa população o mais rápido possível”, afirmou o governador do Ceará, Camilo Santana, em suas redes sociais.
As remessas chegam ao Ceará por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde. Após desembarque no Aeroporto Internacional de Fortaleza, as cargas são encaminhadas para a Central de Armazenamento e Distribuição de Imunobiológicos (Ceadim), da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), de onde seguem para distribuição aos municípios em até 24 horas, por meio de rotas aéreas e terrestres.
O Ceará aplicou mais de 17 milhões de doses até esta quarta-feira (23). O reforço (D3) chegou ao braço de mais de 2,9 milhões de cearenses. Já o ciclo vacinal básico, com duas doses ou dose única da Janssen, foi cumprido para 6,8 milhões de pessoas no Estado.
Vacinas salvam vidas
De acordo com um levantamento realizado pela Secretaria da Saúde do Governo do Ceará (Sesa) junto às nove Unidades de Pronto Atendimentos (UPAs) de Fortaleza, e geridas pelo Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH), nove Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Fortaleza indicaram que o número de transferências para equipamentos de alta complexidade nos 56.783 atendimentos realizados neste intervalo – até o dia 19 de janeiro de 2022 – foi de 2.609 casos. Ou seja, apenas 4,59% do total de atendimentos evoluiu para estágios mais graves.
Ainda em janeiro, foram registrados 59 óbitos nessas unidades. Em 2020 e 2021, a situação foi mais grave. No pior mês da pandemia no ano passado, março, houve 321 óbitos nas mesmas unidades. Em maio de 2020, as síndromes respiratórias correspondiam a 41,04% dos atendimentos e 532 morreram.
Segundo a infectologista Melissa Medeiros, que atua no Hospital São José (HSJ), da Rede Sesa, o perfil dos pacientes com quadro de saúde agravado está também relacionado a menores respostas imunológicas à vacina. “Há muitos idosos internados e sabemos que esse grupo populacional tem resposta vacinal menor. A dose de reforço oferece uma proteção maior, então deve ser tomada com prioridade neste público, assim como em quem tem comorbidades. Também observamos pessoas não vacinadas entre os casos graves”, explica a médica.