A Polícia Federal (PF) indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no âmbito da investigação relacionada a venda de joias sauditas presenteadas ao governo brasileiro e, posteriormente, negociadas nos Estados Unidos.
Bolsonaro foi indiciado por associação criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação de bens públicos. A defesa do ex-presidente diz que ainda não teve acesso ao inquérito.
Além de Bolsonaro, a PF indiciou outras 11 pessoas.
Veja a lista de indiciados:
- Jair Bolsonaro
- Bento Albuquerque;
- José Roberto Bueno Júnior;
- Julio Cesar Vieira Gomes;
- Marcelo da Silva Vieira;
- Marcos André dos Santos Soeiro;
- Mauro Cesar Barbosa Cid;
- Fabio Wajngarten;
- Frederick Wassef;
- Marcelo Costa Câmara;
- Mauro Cesar Lourena Cid;
- Osmar Crivelatti
Conclusão
O inquérito, aberto no início do ano passado, foi concluído e relatado ao Supremo Tribunal Federal (STF) na tarde desta quinta-feira (4).
Agora, a PF deve relatar o inquérito ao ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito na Corte. Moraes precisa pedir que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste sobre o caso.
No fim de maio, a CNN revelou que a investigação sobre as joias era prioridade da PF entre outras apurações que envolve Bolsonaro e a previsão, de fato, era finalizar o inquérito em julho.
Cooperação com FBI
Uma equipe da PF viajou aos Estados Unidos durante duas semanas e voltou com os elementos que faltavam para finalizar o inquérito das joias. A força policial contou com cooperação internacional do FBI.
Após visitarem quatro cidades norte-americanas, os agentes colheram, entre outras provas, imagens de câmeras de segurança das lojas onde, por exemplo, foram negociados relógios.
A PF buscou ainda elementos da “operação resgate”, como foi chamada a organização feita para recomprar um relógio que havia sido vendido após determinação do Tribunal de Contas da União (TCU). Documentos — como anotações, notas fiscais e fotos — também foram confiscados, com autorização das autoridades norte-americanas.
A CNN procurou a defesa de Bolsonaro, Wajngarten, Cid pai e filho, Albuquerque e Wassef, e aguarda retorno.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, usou as redes sociais para se manifestar sobre o indiciamento do pai.
“A perseguição a Bolsonaro é declarada e descarada! Alguém ganha um presente, uma comissão de servidores públicos decide que ele é seu. O TCU questiona e o presente é devolvido à União. Não há dano ao erário! Aí o grupo de PFs, escalados a dedo pra missão, indicia a pessoa”, escreveu o senador no X (antigo Twitter).