O policial militar Manoel Bonfin dos Santos Silva, acusado de matar a namorada a tiros dentro de um carro na Avenida Silas Munguba, em Fortaleza, em outubro de 2020, foi expulso da corporação por decisão da Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD). A expulsão do agente foi publicada no Diário Oficial Estado da última terça-feira (23).
O crime aconteceu após o casal sair de um restaurante, onde estavam jantando. No percurso para casa, Ana Rita Tabosa Soares foi atingida por, pelo menos, três tiros durante uma discussão com Manoel Bonfim. Ela morreu no local e o policial foi preso em flagrante.
No documento, o controlador Geral de Disciplina, Rodrigo Bona, aceitou integralmente o relatório final elaborado por uma comissão, declarando como procedente a punição disciplinar do militar com a expulsão.
“A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de violação dos direitos humanos e de natureza desonrosa comprovada mediante Processo Regular, a saber a prática de homicídio duplamente qualificado (utilização de recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio)”, diz um trecho da decisão de Rodrigo Bona.
Conforme o controlador Geral de Disciplina, a investigação administrativa considerou que autoria do feminicídio foram comprovados por meio da prova testemunhal e laudos periciais.
“Depreende-se do caderno processual que o acusado, aproveitando-se da facilidade proporcionada pelo acesso a uma arma de fogo e diante da impossibilidade de defesa por parte da vítima, que não esperava tal desfecho, sendo pega de surpresa já que, conforme exame de local de crime, no momento dos fatos conduzia o veículo em que ambos estavam, efetuou disparos a curta distância na cabeça da companheira, causa eficiente de seu óbito”, afirmou na decisão.
Fonte: G1