Quatro policiais militares vão a júri popular na próxima semana pela morte do frentista João Paulo Sousa Rodrigues, ocorrida em setembro de 2015. Os PMs Haroldo Cardoso da Silva, Francisco Wanderley Alves da Silva, Antônio Barbosa Júnior e Elidson Temóteo Valentim foram denunciados pelo Ministério Público do Estado do Ceará em dezembro daquele ano pelos crimes de sequestro, tortura, homicídio, ocultação de cadáver e organização criminosa.
O promotor de justiça Marcus Renan Palácio de Morais Santos apresentou aditamento à denúncia em 2018 e, na ocasião, incluiu o empresário Severino Almeida Chaves como mandante do crime que vitimou o frentista.
A vítima foi vista pela última vez no dia 30 de setembro do mesmo ano. Na ocasião, o homem foi abordado pelos quatro PMs quando se dirigia até o posto de combustíveis em que trabalhava. No decorrer da ação, o frentista foi algemado e colocado dentro da viatura, onde, segundo as investigações, teria sido torturado e depois assassinado. O corpo da vítima nunca foi encontrado.
Conforme denúncia do MP do Ceará, o crime teria sido cometido a pedido do empresário Severino Almeida Chaves, dono do posto de combustíveis em que João Paulo trabalhava, no bairro Parque Santa Rosa, em Fortaleza. Severino teria desconfiado que o frentista estaria sugerindo a criminosos da região que assaltassem o local. Denunciado pelo Ministério Público em fevereiro de 2018, o empresário, porém, foi impronunciado pela Justiça, que alegou ausência de provas de sua participação.
O promotor de Justiça Marcus Renan Palácio de Morais Santos representará o MP cearense no júri da próxima semana. Ele destaca a importância de dar uma resposta à sociedade sobre o caso. “Os fatos que embasam a acusação são de extrema gravidade e demandam uma resposta firme da Justiça. Tanto a família da vítima quanto a sociedade esperam, há nove anos, que os responsáveis por esses atos hediondos sejam devidamente julgados e punidos conforme a lei”, ressalta, reafirmando ainda o zelo e dedicação dada pelo MP do Ceará ao caso.