O mês de janeiro ainda nem chegou ao fim e já é considerado o mais chuvoso dos últimos seis anos no Ceará. Dados parciais da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) mostram que até esta quinta-feira, 27, o volume médio de precipitações no Estado havia chegado a 142,2 milímetros (mm). O índice é o maior desde de 2016, ano em que foram registrados 189,6 mm. Contudo, como restam quatro dias para o fim do mês, é possível que ainda haja crescimento do acumulado atual.
Segundo a Funceme, os volumes de chuva registrados em janeiro são positivos em todas as macrorregiões do Ceará. Os números são mais expressivos no Maciço do Baturité, que já acumula 210,8 mm, cerca de 119% a mais do que o esperado para o mês inteiro. O Litoral de Fortaleza e o Cariri também registraram bons volumes, com 192 mm e 186,5 mm, respectivamente. No ano passado, nesse mesmo período, não havia nenhuma região cearense com chuvas acima da média.
De acordo com o meteorologista da Funceme, Bruno Rodrigues, as precipitações registradas no Ceará no primeiro mês do ano estão diretamente relacionadas com a predominância de dois fenômenos meteorológicos típicos da pré-estação chuvosa no Estado. “Podemos atribuir esse cenário à aproximação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), que favorece a formação de áreas de instabilidade, principalmente no Interior, e à presença dos vórtices ciclônicos em altos níveis (VCAN), que acabam colaborando para a formação de nuvens de chuva sobre o Ceará”.
Embora o fim da pré-estação, que vai de novembro a janeiro, seja marcado por altos níveis de pluviometria, o especialista observa que ainda não é possível cravar que o período da quadra chuvosa, entre fevereiro e maio, também será de chuvas acima da média. “A pré-estação não tem qualquer ligação com a estação chuvosa. Os fenômenos que predominam em um período perdem força no outro. São tempos distintos, por isso os cenários meteorológicos mudam bastante”, explicou.
Fonte: Site O Povo