Está difícil viajar de avião no Brasil – o preço das passagens aéreas subiu 77% em um ano.
Os motivos são o aumento da demanda, a alta do Dólar e a disparada no preço do combustível – segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), o querosene de aviação subiu quase 60% entre janeiro e maio deste ano.
“Obviamente, a disparada do barril de petróleo e o conflito na Ucrânia influenciaram no preço do combustível de aviação. Pelo lado da oferta, o preço subiu com o aumento de custos. Pelo lado da demanda, a maior procura por passagens aéreas, aquele consumo represado ao longo da pandemia, veio sendo corrigido ao longo dos últimos meses”, analisou o economista da Confederação Nacional do Comércio, Fábio Bentes.
No Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, é fácil ouvir reclamações. Quem está para em embarcar sabe bem como estão os preços das passagens.
“Eu faço viagens mensais até Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. As passagens estão cada dia mais caras. Dá para ir à Disney indo para Campo Grande”, comparou o dentista Gregório Dourado.
“Com o preço do jeito que está, temos que pensar duas vezes em fazer uma viagem ou um passeio. Às vezes, a gente dá até preferência ao ônibus”, avaliou o supervisor de tubulação industrial Sebastião Luiz da Silva.
A tendência é que os preços das passagens não sofram grandes reajustes – nem para cima, nem para baixo – até outubro. É que a economia mundial deve crescer menos e a pressão no preço do combustível deve diminuir.
Mas no fim do ano, as passagens podem decolar.
“De um modo geral, serviços turísticos tendem a ter os preços pressionados durante a alta temporada. Quem se planeja, acaba conseguindo proteger um pouco melhor o orçamento. É muito importante ficar de olho na taxa de juros na hora de financiar uma passagem aérea”, recomendou Bentes.
“Além do planejamento, é necessário ter flexibilidade. Se você tiver uma data muito fechada, você limita seu campo de busca. Tem que pesquisar com preços, milhas, em sites de companhias e em sites alternativos. Tem que pesquisar”, sugere o jornalista Felype Falcão. Ele mora em São Paulo há 15 anos, mas tem família em Maceió.
A Petrobras anunciou na semana passada uma redução de 2,6% no preço do querosene de aviação.
Apesar disso, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas afirma que é prematuro fazer qualquer previsão de impacto nos preços das passagens.