O Governo do Ceará lançou, nesta segunda-feira (21), uma iniciativa para cuidar das mulheres cearenses: o Programa Saúde da Mulher, da Secretaria da Saúde e da Secretaria das Mulheres. A ação inicial é agilizar as cirurgias eletivas de endometriose no estado, bem como o tratamento da doença.
O anúncio do Programa Saúde da Mulher foi feito pelo governador do Ceará, Elmano de Freitas, ao vivo, em suas redes sociais, ao lado da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves; da vice-governadora e secretária das Mulheres, Jade Romero; da Secretária da Saúde, Tânia Coelho; da senadora Augusta Brito; da deputada estadual Jô Farias; e do médico Leonardo Bezerra, coordenador da Residência de Endoscopia Ginecológica da Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (Meac).
Neste primeiro momento, o mutirão vai contemplar mulheres do interior do estado que estão na fila à espera da cirurgia de endometriose. A ação é pautada no cuidado e na atenção à saúde da mulher, com tratamento adequado e especializado para uma doença que faz parte do dia a dia de cerca de 10% da população feminina no Brasil. O governador Elmano de Freitas, reforçou que “o Estado do Ceará vai se capacitar, cada vez mais, para receber e atender as mulheres com endometriose e indicar e assegurar a elas o tratamento necessário”.
Por mês, estão previstas 16 cirurgias, inicialmente nos hospitais estaduais César Cals (HGCC), José Martiniano de Alencar (HMJMA), Geral de Fortaleza (HGF) e na Meac, unidade federal. Conforme indicação da secretária da Saúde, Tânia Coelho, no total, 13 hospitais participarão do Programa. Ela destacou, ainda, a importância do acompanhamento tanto para os casos cirúrgicos como para os casos não cirúrgicos da doença. “Sabemos que a endometriose demora a ser tratada e, por isso, o acompanhamento é necessário. O Estado está lançando o Saúde da Mulher para que a população com endometriose seja tratada adequadamente”.
Informação e tratamento da doença
A endometriose pode levar mais de oito anos para ser diagnosticada, por ter sintomas comuns a outras doenças, como dores intensas. Ter informações é um caminho para tratar a doença mais cedo. Alinhado a isso, o Programa Saúde da Mulher cumprirá também o caráter informativo e educativo ao disponibilizar materiais explicativos e esclarecedores sobre a endometriose. “A informação salva. É fundamental dizermos para nossas meninas e mulheres que a dor na menstruação não pode ser normalizada, que a dor na menstruação deve ser investigada”, destacou a vice-governadora Jade Romero.
Quanto às cirurgias, serão realizadas em mulheres que estão na fila para cirurgia eletiva, tendo como critérios: tratamento clínico, infertilidade (a depender da investigação do casal), endometrioma maior que 6cm e acometimento ureteral, de apêndice, íleo, retossigmóide (mais que 50% da circunferência).
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, ressaltou o pioneirismo do Ceará em relação à iniciativa. “Eu acredito que essa ação é muito importante para todas as mulheres. A cólica, a dor menstrual, todas as dores que as mulheres e meninas sentem não são frescuras e não são toleráveis. É fundamental o trabalho com a perspectiva de acabar com o preconceito sobre as coisas e o corpo da mulher para que possamos superar as doenças. Com este lançamento, eu avalio que o Governo do Ceará está transmitindo essa mensagem muito importante e fundamental para as mulheres”.
Passo a passo para a cirurgia
Após consultas e exames, as mulheres serão classificadas conforme as características clínicas da doença e a indicação cirúrgica. É feito um acompanhamento por meio de uma avaliação prévia da história da paciente, como: casos na família, exames físicos e exames pré-operatórios indicados.
As pacientes com indicação cirúrgica passam por triagem com base em critérios de urgência e gravidade, conforme o Sistema Informatizado de Lista de Espera para Cirurgia. A classificação possui cinco categorias, sendo a A1 a de maior urgência e a D a de menor. Atualmente, 43 mulheres estão na categoria A1 e A2, 120 na B, e 43 na C e D.
Ações do Saúde da Mulher
No último sábado (19), já como ação do Programa, foram realizados 43 atendimentos ambulatoriais no Hospital Geral César Cals. Já a Maternidade Escola Assis Chateaubriand tem, atualmente, cerca de 150 pacientes qualificadas para cirurgia e o Hospital e Maternidade José Martiniano de Alencar, 57 pacientes.