Equipes de resgate retomaram no início da manhã desta terça-feira (21) a busca por sobreviventes após o temporal que devastou o Litoral Norte de São Paulo no fim de semana. Balanço do governo estadual aponta 44 mortes (43 em São Sebastião e uma em Ubatuba).
O número desaparecidos não foi atualizado ainda, mas, mais cedo, estava em 49. Os trabalhos acontecem especialmente em bairros da costa sul de São Sebastião, como a Vila do Sahy, área que concentra a maioria das vítimas da tragédia.
Em Juquehy, outro bairro bastante afetado pelas chuvas, o Corpo de Bombeiros registrou um novo deslizamento de terra de segunda para terça, mas sem registro de vítimas. O bairro fica a cerca de 50 km da região central e tem acesso por terra bloqueado por causa dos estragos da enxurrada.
Além do trabalho para resgatar vítimas, equipes atuam para desobstruir a Rio-Santos e possibilitar o acesso por terra. Veja a situação das estradas na região:
- Rio-Santos: Há um ponto com interdição total – na Praia Preta – e outros nove com bloqueios parciais por causa de deslizamento de terra, entre eles o trecho de Maresias.
- Mogi Bertioga: segue completamente bloqueada, sem previsão para liberação.
- Rodovia dos Tamoios (SP-99): principal rota alternativa entre o litoral norte de SP e São Paulo , está liberada.
Isolados, turistas têm gastado até R$ 30 mil por voo para deixar o local de helicóptero. O g1 registrou um desses resgates no heliponto próximo à Vila do Sahy, uma das mais atingidas.
Na costa sul de São Sebastião, moradores ficaram ilhados e aguardam a chegada de doações e atendimento médico. Em todo o estado, há 1.730 desalojados e 766 desabrigados em decorrência das chuvas. O governo informou ainda que sete corpos das 40 vítimas fatais foram liberados às famílias.
As buscas são feitas por bombeiros, agentes da Defesa Civil e os próprios moradores dos bairros afetados pelas chuvas. Com os deslizamentos, muitas casas foram arrastadas e levadas pela terra.
Previsão de mais chuva
Nesta terça-feira deve chover novamente em São Sebastião. Em entrevista ao g1, o meteorologista Diego Souza, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) , informou que está mantida a condição de pancadas de chuvas no litoral, mas com menos intensidade para os próximos dois dias.
“Volumes iguais ao que observamos possivelmente não ocorrerão nos próximos dois dias, mas não podemos dar certeza ainda, porque ainda continua a previsão de chuva local com volumes significativos”, afirmou o meteorologista.
Segundo a previsão, as chuvas nos próximos dias devem acontecer pontualmente em locais isolados, com ventos e trovoadas. Entre terça e quarta-feira, a expectativa é que ocorram pancadas típicas de verão. Essa previsão deve abranger toda a Baixada Santista e o Litoral Norte de SP.
De acordo com o meteorologista, nesta época do ano existe um padrão meteorológico que permite a ocorrência de chuvas intensas, mas o volume foi anormal.
“O sistema de baixa pressão gera ventos intensos que ajudam a acumular água do oceano e dificultar escoamento dos rios. Tivemos também maior volume de maré, o que dificultou que a água escoasse de forma mais rápida para o oceano, contribuindo com os processos de inundação no litoral”, explicou Diego Souza.
Ainda segundo Diego, continua também a previsão de deslizamentos, uma vez que os solos estão encharcados e qualquer nível de chuva pode contribuir para novas ocorrências.
Por: G1