Teve golaço, teve virada dupla, teve tensão, teve provocação, quase teve briga. E teve festa para um lado e tristeza para outro. Em jogaço nesta sexta-feira, no estádio 974, a Suíça venceu a Sérvia por 3 a 2 e garantiu classificação às oitavas de final da Copa do Mundo como segunda colocada no Grupo G, atrás do Brasil no saldo de gols. Os suíços agora pegam Portugal no mata-mata. Os gols da vitória foram marcados por Shaqiri, Embolo e Freuler. Mitrovic e Vlahovic fizeram para os sérvios.
Com a vitória, a Suíça fechou a primeira fase com seis pontos, empatada em pontos com o Brasil (que perdeu para Camarões), mas atrás no saldo de gols: 2 a 1. A Sérvia, com apenas um ponto, fez campanha decepcionante e terminou na lanterna do grupo, atrás também de Camarões, que terminou com quatro.
A Suíça volta a campo na terça-feira para o mata-mata contra Portugal. A partida das oitavas de final será às 16h (de Brasília), no estádio Lusail. Quem passar pega o vencedor de Marrocos x Espanha nas quartas. O Brasil enfrenta a Coreia do Sul um dia antes, na segunda-feira, às 16h.
A inimizade vinha da Copa do Mundo de 2018, quando Shaqiri e Xhaka, da Suíça, comemoraram gols imitando a águia presente na bandeira da Albânia, em provocação política à Sérvia. E se manteve no reencontro. Quando Shaqiri abriu o placar, festejou pedindo silêncio à torcida adversária. Só que o mundo dá voltas. Minutos depois, Vlahovic, da Sérvia, repetiu o gesto ao também marcar seu gol.
No segundo tempo, ainda teve bate-boca entre Xhaka e jogadores do banco sérvio – eles ameaçaram partir para cima do suíço e chegaram a invadir o campo depois de o rival fazer gesto obsceno na direção deles. Depois, quase teve briga generalizada, novamente envolvendo Xhaka.
Em um jogo repleto de gols, teve uma pintura coletiva. No começo do segundo tempo, a Suíça tomou a frente no placar em linda triangulação. Shaqiri deu uma cavadinha na direção da área; Vargas se deslocou e deixou de calcanhar; Freuler chegou batendo de primeira. Que golaço.
A Suíça mostrou muito cedo que não jogaria pelo empate. Com menos de um minuto, só não abriu o placar porque o goleiro Vanja Milinkovic-Savic fez duas defesas sequenciais, em chutes de Embolo e Xhaka. A Sérvia respondeu pouco depois, aos quatro minutos, em cabeceio do zagueiro Milenkovic. O lance animou a equipe, que acertou a trave aos dez minutos, em chute de fora da área de Zivkovic. Mas a Suíça, com o tempo, foi reequilibrando a partida. E chegou ao gol aos 19 minutos. Vargas e Rodríguez tramaram boa jogada, venceram a marcação pela esquerda, e o lateral mandou o cruzamento. A zaga cortou, e aí Sow acionou Shaqiri para emendar para o gol: 1 a 0. Mas a vantagem não durou muito tempo. A Sérvia reagiu. Usando bastante o lado esquerdo, com Tadic e Kostic, acabou chegando ao empate. Aos 25, após ótimo cruzamento de Tadic, o centroavante Mitrovic subiu alto e encaixou um cabeceio perfeito, no canto: 1 a 1. Shaqiri quase recolocou a Suíça na frente. Aos 29, invadiu a área e chutou para fora. O lance custaria caro. Aos 34, o próprio Shaqiri errou o passe, e a bola caiu nos pés de Tadic, que encontrou Vlahovic entre a marcação. O atacante bateu colocado, no canto, e virou o jogo: 2 a 1 – resultado que classificaria a Sérvia. Mas acredite: ainda não tinha acabado. Aos 43, a Suíça fez boa jogada coletiva, e Widmer encaixou cruzamento para Embolo completar para o gol: 2 a 2.
A energia não foi toda gasta no primeiro tempo. Com dois minutos da etapa final, a Suíça devolveu a virada em um golaço: cavadinha de Shaqiri, toque de calcanhar de Vargas, conclusão de Freuler – 3 a 2. O placar complicou de vez a situação da Sérvia, que tentou se jogar ao ataque. A Suíça, mais confortável em campo, quase ampliou com Embolo, que perdeu o gol na pequena área – mandou para fora. Tadic ameaçou pouco depois, em finalização por cima, ao receber a bola na área. A partir daí, o jogo ficou mais truncado, brigado (quase literalmente), em um cenário muito ruim para a seleção sérvia, incapaz de pressionar os suíços. A Suíça ainda perdeu chances de ampliar, como em conclusão de Fassnacht, vencido por saída precisa do goleiro adversário.
Fonte: Globo Esporte