O aplicativo Meu SUS Digital ultrapassou a marca de 30 funcionalidades ampliando o acesso da população a informações de saúde e serviços pelo celular. Entre as inovações mais recentes estão o registro de atendimentos clínicos realizados nas Unidades Básicas de Saúde, com a possibilidade de avaliar a qualidade da assistência e as condições do estabelecimento.
Com o avanço das funcionalidades em breve será implementado o acompanhamento de consultas, exames e procedimentos em toda a rede do SUS. Por meio da funcionalidade o usuário pode registrar sua autodeclaração de raça, etnia, nome social e também seu endereço para o monitoramento de indicadores de saúde e o planejamento de políticas públicas de saúde.
Os usuários também têm acesso pelo aplicativo à carteira nacional de vacinação, com emissão de certificados; autorização para retirada gratuita de absorventes pelo programa Dignidade Menstrual e o histórico da dispensação de medicamentos do programa Farmácia Popular, que será expandido em breve para o acesso às receitas e medicamentos oferecidos pelo SUS.
Além do acesso direto de dados por parte do usuário do aplicativo, o programa SUS Digital prevê acesso ao prontuário eletrônico do paciente durante a consulta, expansão da telessaúde, diagnóstico da maturidade em saúde digital das cidades brasileiras e o planejamento de ações regionais, tendo como base a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS).
As novidades foram apresentados em coletiva nessa terça-feira (16), em Brasília. “Estamos falando de um sistema universal, com 2,8 bilhões de atendimentos por ano e que vem evoluindo. Todos nós já usamos o SUS de alguma maneira, seja na vacinação ou em um atendimento do SAMU. Algumas pessoas apesar de não saberem direito o que é, também já foram atendidas pelo SUS”, declarou a ministra da Saúde, Nísia Trindade
Profissionais de saúde terão acesso ao histórico do paciente
Uma das novas funcionalidades da plataforma virtual é o lançamento de uma interface para profissionais do SUS, que permite a continuidade do cuidado a partir do acesso ao prontuário eletrônico unificado, com o histórico de saúde podendo ser acessado pelo profissional durante a consulta, em qualquer ponto da rede de serviços em todo o território do país.
A secretária de Informação e Saúde Digital, Ana Estela Haddad, comentou as facilidades que o novo modelo trará. “Antes, o prontuário eletrônico ficava somente na unidade em que o paciente foi atendido. Agora, ele passa a estar disponível em toda a rede de saúde. Isso significa qualidade e continuidade no cuidado à população”, pontuou.
A interoperabilidade necessária para romper com a fragmentação dos dados e informações de saúde por meio da RNDS está permitindo também que o Brasil ofereça aos usuários do SUS o Sumário Internacional do Paciente: em viagens internacionais, se a pessoa precisar de um atendimento de saúde, ela terá disponível no Meu SUS Digital dados básicos de saúde, como por exemplo medicamentos dos quais faz uso, alergias, entre outros, para consulta durante o atendimento, que se torna assim mais seguro.
Esse compartilhamento de dados é possível por meio da Rede Nacional de Dados em Saúde, aprimorada em 2023, que já conta com mais de 1,8 bilhão de registros disponíveis, sendo 1,2 bilhão de registros de imunobiológicos administrados, 163 milhões de registros de atendimentos clínicos e 304 milhões de registros de regulação assistencial, entre outros.
Ministério da Saúde implanta o primeiro ponto de telessaúde em comunidade quilombolas
Como parte desta estratégia, neste ano, o Ministério da Saúde implantou o primeiro ponto de telessaúde em um território quilombola, no Pará, que vai beneficiar a comunidade do Quilombo Boa Vista.
Para atender as periferias, um ponto de telessaúde para populações vulneráveis, com qualificação de equipes e envio de equipamentos, foi instalado no Complexo da Maré, bairro periférico do Rio de Janeiro composto por 16 comunidades. A ideia é que essa seja uma base para expandir a iniciativa em periferias urbanas e rurais de outras regiões do país.
Ações também foram realizadas com populações indígenas em territórios Yanomami em Roraima, e em Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) em Parintins e Manaus, no Amazonas e no Mato Grosso, com atividades nas etnias Kaiapó, Xingu, Xavante, Araguaia.