A CBF vai exigir vacinação completa contra Covid-19 para jogadores inscritos nos torneios da entidade. A determinação está na edição mais recente do Guia Médico de Medidas Protetivas para o Futebol Brasileiro 2022, publicado nesta sexta-feira pela entidade.
– Entende-se como vacinação plena o período de 14 dias após a aplicação da segunda dose se utilizada as vacinas de duas doses ou a aplicação da vacina de dose única – diz trecho do documento.
O comprovante de vacinação será exigido para que cada atleta seja relacionado numa partida. Caso o documento não seja apresentado, o portal médico da CBF bloqueia diretamente em seu sistema a inscrição deste jogador.
Numa entrevista por telefone ao ge, o presidente da Comissão Médica da CBF, Jorge Pagura, explicou que não se trata de uma decisão política, mas de uma solução para proteger os jogadores.
– Grande parte das internações hoje são de pessoas que não se vacinaram. A variante ômicron é muito transmissível e os atletas têm que jogar sem máscaras. Então que nós podemos fazer é exigir que todos se vacinem para evitar casos graves – declarou.
Outro trecho é ainda mais explícito sobre a exigência.
– É OBRIGATÓRIO ao indivíduo a apresentação do comprovante de vacinação plena para a Comissão Médica Especial da CBF.
A obrigatoriedade deve ser incluída nos regulamentos específicos de cada competição organizada pela CBF, que são publicados antes do início do torneios.
A CBF também orienta que as vacinas sejam exigidas pelas federações estaduais em seus torneios.
Sem vacina, Lodi perdeu seleção
Na semana passada, quando a seleção brasileira foi convocada para os próximos dois jogos das Eliminatórias, o técnico Tite revelou que deixou o lateral-esquerdo Renan Lodi fora da lista porque não havia tomado as duas doses da vacina contra Covid-19.
Na ocasião, o presidente da Comissão Médica da CBF, Jorge Pagura, afirmou que “o interesse coletivo supera o interesse individual em relação à vacinação, e que “a CBF prioriza aqueles que têm a vacinação completa”.
Na entrevista coletiva, o técnico Tite também defendeu que seus atletas se vacinem:
– Eu, particularmente, entendo que a vacinação é uma responsabilidade social. Ela é minha e com a pessoa que está do lado. Eu trago isso para mim e minha família, para pessoas para quem eu tenho responsabilidade. Meus netos… Queria ter meus pais, não os tenho, mas queria ter a oportunidade de poder protegê-los.
No entanto, um dos auxiliares de Tite, César Sampaio, afirmou que a ausência de Lodi se deveu ao fato de não poder entrar no Equador sem o esquema vacinal completo.
– Nós temos a nossa opinião, mas não obrigamos nenhum atleta a se vacinar – completou Sampaio.