Em uma sessão na última terça-feira, 2, na Câmara Municipal de Juazeiro do Norte, o vereador Márcio Joias gerou polêmica ao fazer declarações consideradas preconceituosas e desinformadas sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) ao se referir ao prefeito Glêdson Bezerra. Durante seu discurso, Márcio Joias comentou que acreditava que Glêdson Bezerra sofria de “algum problema”, sugerindo que se ele tivesse nascido atualmente, seria registrado como autista devido a “problemas psicológicos”. Ele prosseguiu dizendo que autistas são “a melhor coisa do mundo”, mencionando que tem um sobrinho autista a quem ama, mas descreveu o prefeito como “narcisista”.
O vereador tentou se corrigir em vídeo divulgado ontem, 3, alegando que houve uma troca de palavras entre “narcisista” e “autista”. Márcio Joias explicou: “Gente, venho aqui através desse vídeo fazer um esclarecimento de uma fala que fiz ontem aqui na Câmara Municipal, que ao invés de falar narcisista, eu falei autista. Eu troquei as palavras e é notório no vídeo que você vê que realmente foi uma troca de palavras. É tanto que a vereadora Jaqueline, na mesma hora, me corrigiu e eu fiz a correção.”
As declarações do vereador rapidamente provocaram reações de repúdio, especialmente de entidades que defendem os direitos das pessoas com TEA. O Instituto Multidisciplinar de Cuidado à Criança (IMCC) emitiu uma nota expressando sua indignação com as palavras de Márcio Joias.
No comunicado, o instituto afirmou:
“O Instituto Multidisciplinar de Cuidado à Criança (IMCC) vem a público expressar seu mais veemente repúdio às declarações infelizes e preconceituosas proferidas pelo vereador Márcio Joias em relação à comunidade TEA (Transtorno do Espectro Autista). As palavras do vereador não só demonstram um profundo desconhecimento sobre as realidades vividas pelas pessoas com TEA e suas famílias, mas também perpetuam estigmas que dificultam a inclusão e o respeito que estas pessoas merecem. É inadmissível que um representante do povo se utilize de sua posição para disseminar informações falsas e preconceituosas, agravando ainda mais as dificuldades enfrentadas por essa comunidade.”