A saúde pública é, largamente, a área apontada pelos eleitores cearenses como a que enfrenta os maiores problemas no Estado. A constatação está na terceira rodada da pesquisa Ipec Ceará, divulgada nesta quinta-feira (22) pelo Diário do Nordeste. Conforme o levantamento, 77% do eleitorado avalia o setor como o mais crítico.
O tema, muito lembrado pelos eleitores após mais de dois anos de pandemia da Covid-19, é assunto recorrente nos embates entre os candidatos. Inclusive, no Debate PontoPoder, promovido pelo Sistema Verdes Mares, os postulantes mais à frente na pesquisa – Elmano de Freitas (PT), Capitão Wagner (União Brasil) e Roberto Cláudio (PDT) – comentaram o assunto e apresentaram suas propostas para a área.
Entre os segmentos que mais apontam a gestão da saúde como problemática, estão as pessoas com idade entre 45 e 59 anos, além dos evangélicos. Nesses segmentos, cerca de 80% do eleitorado têm essa reprovação.
A pesquisa, encomendada pela TV Verdes Mares, tem margem de erro de 3 pontos percentuais para mais ou para menos. Ao todo, foram ouvidas 1.200 pessoas, de 56 municípios cearenses, entre os dias 19 e 21 de setembro, com eleitores votantes no Estado do Ceará.
Cada entrevistado apontou até três áreas críticas. O levantamento foi realizado pelo instituto Ipec Inteligência e está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob número BR-02694/2022 e no Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) sob protocolo CE-03914/2022. O nível de confiança estimado é de 95%.
SEGURANÇA, DESEMPREGO E EDUCAÇÃO
Logo atrás de saúde pública no ranking, aparecem áreas como segurança pública e violência, desemprego e educação, avaliadas negativamente por parcela significativa do entrevistados, mas ainda distante do índice da saúde.
De acordo com o levantamento, a segurança é considerada a área com os maiores problemas do Estado por 46% dos eleitores cearenses. O assunto costuma ganhar protagonismo nas disputas pelo Governo do Ceará e, nesta eleição, não tem sido diferente. Os candidatos prometem ampliar os efetivos das forças da Segurança Pública do Estado como forma de reduzir a violência.
Os mais preocupados com a segurança pública, conforme o Ipec, são pessoas com ensino superior e renda mais alta, acima de dois salários mínimos. Esses dois grupos concentram eleitores que vêem mais problemas na gestão da segurança pública, chegando a quase 60% dos entrevistados.
O desemprego é outro assunto que é lembrado pelos eleitores como um dos maiores problemas. Ao todo, 42% dos entrevistados pelo Ipec apontam essa como uma área crítica no Estado.
A parcela população que mais se lembra do desemprego na hora de listar as áreas problemáticas corresponde aos adultos, com idade entre 25 e 34 anos, e moradores do Interior. Ambos os segmentos tiveram 47% do eleitorado apontando o desemprego como um dos problemas mais sérios no Estado.
De acordo com os dados mais recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados no mês passado, a taxa de desocupação no mercado de trabalho do Ceará foi estimada em 10,4% no segundo trimestre de 2022. O número de desempregados no Estado chega a 412 mil de pessoas.
EDUCAÇÃO NO CEARÁ
Já a educação, apesar do acúmulo de bons resultados, é uma área que preocupa 37% dos cearenses. Conforme a pesquisa Ipec, essa fatia do eleitorado aponta o setor como um dos três que enfrentam os maiores problemas no Estado.
Nesta área, a avaliação mais crítica fica por conta das pessoas com idade entre 25 e 34 anos e com escolaridade até o ensino médio. Ao todo, 45% de cada segmento desse eleitorado avaliam a gestão da educação como um dos três setores mais críticos no Ceará.
Avaliações recentes da educação pública, no entanto, têm sido comemoradas e usadas como vitrine da administração pública. Os resultados da última edição do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), por exemplo, mostram municípios cearenses como os mais bem avaliados.
Os candidatos Elmano de Freitas, Capitão Wagner e Roberto Cláudio prometem ampliar o número de escolas em tempo integral no Ceará, caso sejam eleitos.
ÁREAS CRÍTICAS
Outras áreas são lembradas pelos cearenses como motivo de preocupação, entre elas estão: fome e miséria, apontada por 17% dos entrevistados, corrupção, por 14%, e drogas, por 10%. Outras áreas concentram os maiores problemas para menos de 10% dos cearenses.
Fonte: Diário do Nordeste