João Carlos di Genio, fundador de um dos maiores grupos de educação privada no país, o Unip/Objetivo, morreu de causas naturais no sábado (12), aos 82 anos, em sua casa no bairro paulistano dos Jardins.
Di Genio, que faria 83 anos no próximo dia 27, deixou esposa e três filhos adolescentes. Ele será velado no centro da capital paulista.
De estudante a professor
Em 1961, Di Genio passou em 1º lugar em medicina – em duas universidades, entre elas a concorrida Universidade de São Paulo (USP) –, o que causou bastante furor à época.
Ainda estudante, ele passou a dar aulas de física em um curso preparatório para os vestibulares de medicina, então conhecido como Cescem.
Foi no Cescem que ele se descobriu professor, e mesmo após formar-se como médico, Di Genio escolheu continuar nas salas de aula.
Nascimento do Objetivo
Em dezembro de 1965, Di Genio e alguns professores e estudantes de medicina da USP – como Dráuzio Varella, Roger Patti e Tadasi Itto – decidiram abrir o próprio curso e o batizaram de Objetivo.
O Colégio Objetivo foi fundado em 1971 e, no ano seguinte, foram criadas as faculdades Objetivo.
Em 1988, elas foram transformadas na Universidade Paulista (Unip) – que hoje acolhe mais de 200.000 alunos de ensino superior em diversas áreas, incluindo o recente curso de medicina.
‘Riqueza do país’
Di Genio tinha especial cuidado com crianças que, assim como ele, têm QI elevado, são superdotadas ou altamente habilidosas.
Segundo dizia, a “inteligência e os talentos deveriam ser tratados como a riqueza de um país”.
Além disso, ele advogou pela inclusão de estudantes com deficiência na sala de aula, e acolheu alunos com as mais diversas síndromes e dificuldades.
Talento e inovação
Entre as décadas de 1970 e 1980, Di Genio criou um centro de pesquisa e tecnologia e o Programa Objetivo de Incentivo ao Talento (POIT) que oferece cursos de robótica, arte, criatividade, para crianças.
Por conta do POIT, o Objetivo foi reconhecido e passou a integrar – como 1ª instituição brasileira – o Conselho Mundial para Superdotados.
Além disso, ele criou o Teatro-laboratório – uma mistura no palco de tecnologia, arte e ciência.
Pioneiro e com os olhos sempre para o futuro, Di Genio apostou no ensino remoto e à distância ainda nos anos 90, quando começou a transmitir aulas em satélite.
Ainda na década de 1990, com a ampliação do acesso à internet no país, as aulas também foram levadas para esta plataforma.