Em assembleia realizada na segunda-feira (17), professores da Universidade Federal do Cariri (UFCA), da Universidade Federal do Ceará (UFC) e da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) discutiram sobre a manutenção da greve, que completou dois meses no último dia 15. Os professores avaliaram a última proposta do governo e defenderam a continuidade das negociações.
Uma nova assembleia deve ocorrer nos próximos dias para decidir se a paralisação será mantida. A nova data ainda não foi divulgada.
Os representantes dos docentes reconheceram o avanço das negociações, mas criticaram a postura do governo em dificultar o diálogo com o comando grevista. Na última rodada de negociações, ocorrida na sexta-feira (14), o Ministério da Educação formalizou uma nova proposta, que inclui a elevação do reajuste linear oferecido até 2026 de 9,2% para 12,8%, sendo 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026. O governo também anunciou a recomposição de parte do orçamento das universidades federais e a oferta de 5.600 bolsas permanência para estudantes indígenas e quilombolas.
De acordo com a presidente do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Estado do Ceará (Adufc), Irenísia Oliveira, a reabertura da mesa de negociação só foi possível devido à intensa pressão dos professores. “Tudo que obtivemos até agora foi conquista da nossa greve. Estamos firmes na decisão de continuarmos na negociação”, disse.
A professora da UFCA, Lígia Rodrigues, do comando local de greve, explica que a paralisação das atividades das universidades federais não é apenas por reajuste salarial. “Além das questões orçamentárias, que embora com muitas limitações avançaram, essa greve também tem um peso político, na medida em que vimos a ampliação da mobilização docente, pois temos 64 instituições em greve em todo o país.”
Ela integrou a caravana de professores que esteve em Brasília na semana passada participando de mobilizações no Congresso Nacional. O grupo obteve apoio de pelo menos 40 deputados que assinaram carta de apoio à greve, entre eles os parlamentares cearenses Idilvan Alencar (PDT) e Luizianne Lins (PT).
*Agência Cariri