O Ceará é o estado do Brasil com maior número de assassinato de pessoas trans entre os meses de janeiro e fevereiro deste ano. É o que aponta uma pesquisa realizada pela Rede Trans Brasil, divulgada nesta segunda-feira (6).
Conforme a Rede Trans, na América Latina, este ano, o Brasil lidera entre mortes de pessoas trans e travestis. Foram 22 assassinatos somente no primeiro bimestre. O estado que mais registrou os crimes foi o Ceará, com quatro mortes, sendo três mulheres trans e um homens trans.
A maquiadora e vendedora Naomi Houston é uma mulher trans e diz que luta diariamente para sobreviver no país que mais mata pessoas como ela.
“São inúmeras as dificuldades que nós, mulheres trans, sabemos que vivemos aqui. Principalmente na nossa região do Cariri. A gente sabe que a luta é diária, principalmente nós, que já passamos por diversos transtornos, tipos de transforbia”, disse.
Alto índice de violência
Imagens de mulheres trans/travestis assassinadas em 2022 no Brasil — Foto: g1
O presidente do Conselho LGBT do Crato, Gilney Matos, destacou os casos registrados, na grande maioria das vezes, na região do Cariri cearense.
“Pelo segundo ano consecutivo a gente estampa os primeiros lugares nessa cena de violência. Nós temos 184 municípios aqui no Ceará onde o Cariri se destaca no alto índice de violência. A gente pensa: ‘até quando a gente vai enterrar, a gente vai sofrer, a gente vai chorar pelos nossos irmãos e irmãs LGBTs?'”, pontuou.
Segundo o Observatório Cearense de Mortes e Violências LGBT, entre janeiro e fevereiro no Ceará, nove pessoas LGBTs foram assassinadas. Duas delas na cidade do Crato.
Por: G1